CURSO DE VERÃO FDRP 2024: Surveillance, technology and society

Data de Publicação: 01/02/2024

Surveillance, technology and society*

Prof. Dr. David Lyon

Professor do Centro de Estudos em Vigilância da Queen’s University – Canadá

 

Período de realização: 19/02-22/02/2024 e 26/02-29/02/2024

Horário: 18h – 20h

CURSO PRESENCIAL

Inscrições: 29/01 a 09/02/2024

Link para inscrições: http://e.usp.br/pob

* CURSO EM INGLÊS

 

Público alvo: Aberto ao público em geral e a estudantes e egressos da graduação, pós graduação stricto e lato senso, da Universidade de São Paulo.
Link para inscrições: https://www.direitorp.usp.br e site CEADIN
Coordenação: Prof. Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho, Profa. Cristina Godoy Bernardo de Oliveira
Organização e professora monitora: Dra. Paola Cantarini
Natureza: difusão
Forma: presencial
Local: Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP
Justificativa: Divulgar conhecimentos com um dos maiores especialista na área acerca das temáticas trabalhadas por ele, além da importância dos temas a serem estudados no Brasil, por suas maiores fragilidades institucionais e de proteção de direitos de minorias vulneráveis, amplamente afetadas, por exemplo, por novas tecnologias, em especial pela IA, a exemplo do reconhecimento facial e policiamento preditivo.
Objetivo: Expor e discutir entre os alunos os principais pontos acerca da temática da vigilância, passando pelo seu desenvolvimento histórico, características, e principais desafios da atualidade para lidar com tal problemática, além de perspectivas vinculadas ao Brasil como país do Sul Global.
Professor Visitante: David Lyon

 

BIO
David Lyon é diretor do Centro de Estudos de Vigilância (Surveillance Studies Centre), professor de sociologia, e detém uma cadeira na Queen’s Research, tendo sido nomeado como Professor na Faculdade de Direito na Universidade do Queen (Queen’s University) em Kingston, Ontario. Possui doutorado em Ciências Sociais e História na Universidade de Bradford em Yorkshire, Reino Unido, e é conhecido internacionalmente devido aos seus trabalhos nos Estudos de Vigilância, possuindo experiencia docente e acadêmica acerca também dos temas sociedade da informação, globalização, secularização e pós-modernidade. É autor, co-autor, editor e co-editor de 28 livros os quais foram traduzidos para 16 línguas. É co-editor formal do periódico Sociedade e vigilância (Surveillance & Society), editor associado da sociedade informacional (The informational society) e está no conselho editorial internacional de uma série de outros periódicos acadêmicos. Desde 2000, Lyon conduz uma série de projetos em equipe; atualmente, “Big Data Surveillance” (2015 – 2020). Está também nos conselhos consultivos internacionais de outros grandes projetos nos estudos de vigilância. Entre seus livros destacam-se:
“The Electronic Eye” (1994), “Surveillance Society” (2001), “Surveillance after September 11” (2003), “Surveillance after Snowden” (2015), “The Culture of Surveillance” (2018) e “Pandemic Surveillance” (2022).
Formato do curso: o curso terá o formato de palestras com discussões e seminários com base em textos e material em vídeo, e serão formados posteriormente grupos menores para discussão e diálogo

 

Conteúdo programático – temas e eixos centrais que serão abordados nas aulas
a. A vigilância e fatores históricos – como fenômeno possui raízes antigas, mas as formas modernas podem ser rastreadas até as respostas sociopolíticas europeias modernas às noções medievais do “olho de Deus” que permeavam a lei e a sociedade.
b. Mudanças com a mecanização do século XIX e burocratização do início do século XX – A mudança se acelerou com a mecanização no século XIX e a burocratização desde o início do século XX. Formas extremas de vigilância estatal ocorreram em configurações comunistas e de nacional-socialismo na Europa, seguidas por contextos onde ditaduras autoritárias surgiram, especialmente na América Central e Latina.
c. Mudança tecnológica pós Segunda Guerra Mundial – A mudança tecnológica, especialmente a informatização, foi significativa no período pós-Segunda Guerra Mundial, começando na inteligência militar, mas rapidamente se estendendo a departamentos governamentais e ambientes de consumo, primeiro nos EUA e na Europa, e depois globalmente.
d. Expansão global da vigilância – A vigilância se expandiu exponencialmente nos últimos 40 anos, devido a mudanças na economia política (neoliberalismo), tecnologia (desenvolvimentos digitais) e sociedade (consumismo e risco). Há 40 anos o símbolo visível da vigilância eram as câmeras de CCTV; hoje é o smartphone.
Os principais desafios da vigilância atualmente (26 de fevereiro a 1º de março)
a. O capitalismo de vigilância como um desafio chave (iniciado nos EUA, mas se espalhando globalmente); o crescimento da internet e o surgimento de corporações de plataformas. Surgem novas culturas de vigilância, incluindo a cidadania digital.
b. Vigilância nas maiores economias do mundo (China e Índia), em situações coloniais e pós-coloniais (América Latina, Oriente Médio, África, Sudeste Asiático). Características comuns e desenvolvimento diferencial produzem modos variados de cooptação e contestação.
c. Desafios contemporâneos, incluindo IA, algoritmos e dataísmo, e especialmente seu impacto nos grupos mais vulneráveis em termos de classe, raça e gênero. Críticas iniciais ainda se aplicam; questões atuais também têm ressonância popular entre as gerações mais jovens e minorias afetadas.
d. O desafio de desenvolver sistemas radicalmente divergentes centrados no ser humano, inspirados nas demandas de justiça, liberdade, paz e cuidado com o planeta. Os aspectos negativos de muita vigilância são claros para muitos; mobilizar alternativas é vital, mas em grande parte descoordenado (em comparação com preocupações ambientais).
e. Novos paradigmas da vigilância e perspectivas para o futuro da vigilância e o papel das universidades dentro da política de vigilância. Recuperando um papel para o debate público informado em uma era de desinformação.
*Temas correlatos: vigilância, segurança e controle social; identificação, identidade e vigilância; vigilância, tecnopolítica e territórios; vigilância e perspectivas da América Latina; vigilância, democracia e privacidade: vulnerabilidades e resistências; assimetrias e (in)visibilidades: vigilância, gênero e raça
*Material de apoio: leitura obrigatória (David Lyon), além do resumo a ser fornecido acerca dos principais livros de David Lyon e leitura suplementar:
1. Artigo: “Big Data and surveillance: Hype, commercial logics and new intimate spheres, Kirstie Ball and William Webster”. (anexo)
2. Artigo: “Big Data Surveillance: Snowden, Everyday Practices and Digital Futures”. Lyon, D. (2017). In Bigo, Didier, Basaran, Tagba, Guittet, Emmanuel-Pierre and Walker, Robeds., International Political Sociology: Transversal Lines. London and New York: Routledge. (2017; Google Books 2016) (anexo)
3. Artigo: “Dispositivos de vigilância no ciberespaço: duplos digitais e identidades simuladas”, Fernanda Bruno. (anexo)
4. Artigo: “Vigilância algorítmica e reprogramação do imaginário social -Códigos invisíveis do submundo”, Priscila Magossi. (anexo)
5. Artigo: “Surveillance Culture: Exposure, Engagement and Ethics in Digital Modernity”. Lyon, D. (2017) International Journal of Communication, 11, pp. 824-842. (anexo)
6. Livro: “Tecnopolíticas da vigilância – perspectivas da margem”, org. Fernanda Bruno et al, coleção Estado de Sítio, Ed. Boitempo (anexo), São Paulo, 2018. (anexo)
7. Livro: “Colonialismo de dados. Sérgio Amadeu da Silveira et all. (org) Autonomia literária Editora, São Paulo, 2021. (anexo)
8. Livro: “Máquinas de ver, modo de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade”, Fernanda Bruno, Ed. Sulina, Porto Alegre, 2013. (anexo – introdução)

 

Outras referências bibliográficas

Artigos
Andrejevic, M. (2015) The Droning of Experience. The Fibreculture Journal, 25. Available at: http://twentyfive.fibreculturejournal.org/fcj-187-the-droning-of-experience(link is external).
Andrejevic, M. (2015) Personal Data: Blind Spot of the “Affective Law of Value”? The Information Society, 31(1), pp. 5-12.
Ball, K., DiDomenico, M. and Nunan, D. (2016) Big Data Surveillance and the Body – Subject. Body and Society, 22 (2), pp. 58 – 81.
Bennett, C. (2016) Voter databases, micro-targeting, and data protection law: can political parties campaign in Europe as they do in North America? International Data Privacy Law, 6 (4), pp. 261-275.
Clement, A. (2017). Addressing mass state surveillance through transparency and network sovereignty, within a framework of international human rights law – a Canadian perspective. Published in both English and Chinese in the Chinese Journal of Journalism and Communication Studies, 23, Special Issue on Internet Governance, pp. 31-52.
Gilman, M., Madden, M., Levy, K and Marwick, A. (in press) Privacy, Poverty and Big Data: A Matrix of Vulnerabilities for Poor Americans. Washington University Law Review. Available at: https://ssrn.com/abstract=2930247(link is external)
Marwick, A., Fontaine, C. and boyd, d. (2017) “Nobody sees it, nobody gets mad”: Social Media, Privacy, and Personal Responsibility among Low-SES Youth. Social Media & Society, May 30. Available at: http://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/2056305117710455(link is external)
Monahan, T. (2017) Ways of Being Seen: Surveillance Art and the Interpellation of Viewing Subjects. Cultural Studies (online first).
Monahan, T. (2017) Regulating Belonging: Surveillance, Inequality, and the Cultural Production of Abjection. Journal of Cultural Economy, 10 (2): 191-206.
Murakami Wood, D. and Carter, M. (2017) Power Down. Limn, 8. Available at: http://limn.it/power-down/(link is external)

 

Capítulos de livros
Andrejevic, M. (in press) Data Collection Without Limits: Automated Policing and the Politics of Framelessness. In a volume on Big Data Crime, and Social Control. Routledge.
Andrejevic, M. (2016) Theorizing Drones and Droning Theory, InZavršnik, A. Drones and Unmanned Aerial Systems. Springer, pp. 22-37.
Andrejevic, M. (2015). Becoming Drones: Smartphone Probes and Distributed Sensing. In Wilken, R. and Goggin, G. eds. Locative Media, New York and Abingdon: Routledge, pp. 193-207.
Bennett, C. with Bayley, R. M. (2015) Privacy Protection in the Era of ‘Big Data’: Regulatory Challenges and Social Assessments(link is external). In van der Sloot,
Burdon, M. and Andrejevic, M. (2016) Big Data in the Sensor Society. In Sugimoto, C. R., Ekbia, H . R. and Mattioli, M. eds. Big Data Is Not a Monolith, MIT Press, pp. 61-76.
Clement, A. and Obar, J (2015) Canadian Internet ʹBoomerangʹ Traffic and Mass NSA Surveillance: Responding to Privacy and Network Sovereignty Challenges. In Geist, M. (ed) Law, Privacy and Surveillance in Canada in the Post-Snowden Era, University of Ottawa Press, pp. 13-44. Available for free, open access download at: http://www.press.uottawa.ca/law-privacy-and-surveillance(link is external)
Leman-Langlois, Stéphane (Forthcoming 2018) Les technologies de surveillance. In Cusson, M., Ribaux, O, Blais, É et Boivin, R., Traité de sécurité intérieure, 2e édition. Montréal: Presses de l’Université de Montréal.
Leman-Langlois, Stéphane et Rémi Boivin (Forthcoming 2018) Big data et policing. In Cusson, M., Ribaux, O, Blais, É et Boivin, R., Traité de sécurité intérieure, 2e édition. Montréal: Presses de l’Université de Montréal.
Leman-Langlois, Stéphane (2018) Surveillance and Social Control. In Deflem, M. The Handbook on Social Control. London: Wiley.

 

Relatórios
Clement, A. and Obar, J. (Forthcoming 2017) Keeping Internet Users in the Know or in the Dark? Data Privacy Transparency of Canadian Internet Carriers. IXmaps Research Report.
Richardson, S. and Mackinnon, D. (2017) Left to Their Own Devices? Privacy Implications of Wearable Technology in Canadian Workplaces. A Report to the Office of the Privacy Commissioner of Canada, under the 2016-2017 Contributions Program, April.

 

Sobre o curso

About the course