FDRP cria aplicativo para melhoria de pesquisas

Data de Publicação: 04/02/2019

 

O Laboratório de Pesquisa Empírica em Direito (LabPED) da FDRP/USP desenvolveu o aplicativo “Myrthes”. O aplicativo pretende otimizar as etapas da coleta e da organização de dados em pesquisas realizadas por estudantes de graduação e de pós-graduação da FDRP/USP que analisam processos judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo.

 

O aplicativo disponibiliza informações que já são de acesso livre ao público em geral pela própria página eletrônica do TJSP. No entanto, ele apresenta diversas vantagens em relação à busca direta (feita na página do TJSP), quais sejam: baixar mais rapidamente os dados da busca; organizá-los em formato de tabela; estabelecer os critérios das tabelas, segundo os parâmetros definidos pela pessoa usuária. O aplicativo também oferece ferramentas de processamento de linguagem natural e de mineração de texto. Essas duas ferramentas podem melhorar a extração de informações relevantes para as pesquisas.

 

Muitos levantamentos realizados em pesquisas de graduação e mestrado em Direito da FDRP/USP envolveram a análise de dados de tribunais de justiça, em especial do TJSP. Todavia, a maioria comprometeu até 70% do cronograma para as fases de coleta e organização dos dados. Com o uso do aplicativo, esse tempo pode ser reduzido significativamente.

 

O aplicativo é gratuito e de uso exclusivo aos estudantes e docentes vinculados à FDRP/USP. O controle de acesso e downloads identifica para o TJSP e para o LabPED quais foram os dados baixados e quem os baixou. Trata-se de um dos primeiros aplicativos brasileiros que disponibiliza esse tipo de serviço gratuito, com objetivos exclusivamente acadêmicos e desenvolvido para a melhoria da qualidade das pesquisas empíricas em direito.

 

O projeto do aplicativo foi desenvolvido pelo pós-doutorando da FDRP-USP José de Jesus Filho. Sua supervisão foi feita pela Professora Fabiana Cristina Severi. Colaboração técnica da Seção de Informática da FDRP/USP, em especial, Tadeu Mesquita. Participação dos Professores Paulo Eduardo Alves da Silva, Camilo Zufelato e Maria Paula Bertran, todos ligados ao LabPED. A expectativa é de que em 2019 sejam desenvolvidas ferramentas semelhantes, que trabalham com dados de outros tribunais de justiça brasileiros.

 

O seu nome, “Myrthes”, foi uma homenagem à primeira mulher a exercer profissionalmente a advocacia no Brasil. Ela nasceu em 1875, em Macaé no estado do Rio de Janeiro. Além do exercício profissional da advocacia, Myrthes Gomes de Campos realizou vários estudos de análise jurisprudencial em temas ligados à liberdade feminina, incluindo voto feminino e emancipação jurídica da mulher. Seu trabalho foi publicado em diversas obras jurídicas e artigos. Myrthes é uma das nossas juristas feministas pioneiras, que defendeu a emancipação feminina até a data de sua morte, em 1965, com apoio em sólida fundamentação, elaborada, sobretudo, por meio do que poderíamos também nomear como pesquisa empírica em direito.

 

Docentes e discentes de Graduação e Pós-Graduação receberão nos próximos dias um email com seu cadastro no site para que possam acessar o aplicativo.

 

Link de acesso ao aplicativo

Para mais informações sobre a jurista e feminista Myrthes Gomes de Campos, clique em: http://www.revistagenero.uff.br/index.php/revistagenero/article/viewFile/85/62.

 

Por: Drª Fabiana Severi, professora da FDRP/USP.