Entrevista – Frederico Pupo Carrijo de Andrade

Data de Publicação: 19/08/2016

Foto - Frederico Andrade

 

A Comunicação Institucional da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP (FDRP/USP) entrevista Frederico Pupo Carrijo de Andrade, ex aluno da FDRP e recém aprovado no Concurso de Ingresso na Magistratura.
 
Comunicação: Obrigada por aceitar conceder essa entrevista, Frederico. Você faz parte da primeira turma de alunos de graduação da FDRP. Quais as dificuldades de uma turma que inaugura uma faculdade? E quais as alegrias de fazer parte desse grupo?
 
Frederico de Andrade: Antes de mais nada, eu que agradeço o contato da FDRP. Fico feliz em saber que a instituição se preocupa e se interessa com as carreiras de seus egressos. Acredito que nós da primeira turma da graduação, a diretoria, os primeiros docentes e os primeiros funcionários contratados pela FDRP apostamos juntos em um projeto grandioso. No início, tínhamos restrições principalmente físicas, sem prédio e biblioteca próprios. Isso, entretanto, jamais superou a satisfação de ser parte desse grupo. Uma das muitas alegrias é a de ter participado da criação de algumas das tradições que vão viver para sempre na vida da faculdade. Outra alegria é a de ver que a FDRP se consolidou como um centro de excelência no cenário jurídico nacional, o que demonstra que nosso comprometimento inicial teve continuidade nas turmas que nos sucederam.
 
C.: Como você descobriu seu interesse pela magistratura? Foi ao longo do curso ou você ingressou no Direito com esse objetivo?
 
F.A.: Sempre tive muita curiosidade pelas ciências humanas em geral. A opção pelo curso de Direito foi natural, surgiu sem grandes dúvidas. O interesse pela magistratura também já existia, mas se fortaleceu durante o curso. Conhecendo melhor as diferentes carreiras jurídicas, percebi que meu perfil e meus estudos talvez pudessem contribuir mais nesta área. Além disso, fui estagiário, durante o Estágio Curricular, na 6ª Vara Federal de Ribeirão Preto, sob a supervisão do Juiz Federal Dr. César de Moraes Sabbag, com quem muito aprendi. Essa convivência próxima com os desafios da magistratura serviu de incentivo e contribuiu para que eu tivesse certeza na escolha do meu caminho.
 
C.: Alguém na FDRP foi fonte de inspiração para a carreira?
 
F.A.: Tive grandes mestres na FDRP, que muito me ensinaram e que vão além da inspiração para a carreira, como, por exemplo, os Professores Alessandro Hirata, Gustavo Saad Diniz e Camilo Zufelato. Um grande mestre, cujo exemplo profissional de seriedade e de dedicação me serviu de inspiração, foi o Professor Alexandre Nishioka, com quem tive a honra de trabalhar em São Paulo. Especificamente com relação à carreira, todos os professores que são magistrados foram certamente inspiradores. Cito, nominalmente, aqueles de quem fui aluno, como o Professor Fernando Gajardoni, a Professora Marta Maffeis Moreira, o Professor Cláudio Amaral, o Professor Sergio Nojiri e o Professor David Diniz Dantas.
 
C.: O concurso teve 5 etapas: questões objetivas de direito, questões discursivas de direito, exames de sanidade física e mental, prova oral e avaliação de títulos. Qual você considera a mais difícil? Por quê?
 
F.A.: O concurso é bastante exigente. Cada etapa tem uma particularidade e requer uma preparação distinta, já que são avaliadas diferentes habilidades dos candidatos. Não sei se é a fase mais difícil, mas a que eu menos gosto é a primeira fase, da prova objetiva. Isso porque demanda uma enorme capacidade de decorar e não há qualquer possibilidade de argumentação além das alternativas de múltipla escolha. Prefiro as etapas seguintes, em que conta o conhecimento de forma mais ampla e o modo de exposição do raciocínio jurídico.
 
C.: Para quem tem interesse em ingressar na Magistratura quais seus conselhos de estudo?
 
F.A.: Costumo dizer aos colegas que me procuram para conversar sobre esse tema que o método de estudo é algo muito pessoal. Cada pessoa tem que testar as diferentes formas de estudar e encontrar o que dá certo para o seu próprio estilo, inclusive com relação ao tempo de estudo diário, aumentando a carga progressivamente. Para mim, foi fundamental além de ler os livros de doutrina e de estar atualizado com os informativos de jurisprudência do STF, do STJ e do TJSP, resolver muitas questões para treinar, especialmente as objetivas. Conforme as fases vão avançando, o treino se mostra ainda mais importante, tanto na dissertação, quanto nas sentenças cível e penal. Não se deve esquecer, também, que atualmente a formação humanística (Filosofia do Direito, Sociologia do Direito, Ética e temas correlatos) possui grande destaque a partir da segunda fase do concurso.
 
C.: O que você espera do novo trabalho?
 
F.A.: A sensação de realizar em breve este sonho faz com que eu espere o início desta carreira com grande entusiasmo. Sei dos enormes desafios que estão por vir, mas eles funcionam como estímulo para que eu dedique todo meu esforço no intuito de vencê-los. Da minha parte, espero continuar aprendendo constantemente e espero poder cumprir bem as minhas futuras funções, ao prestar um serviço jurisdicional célere e de qualidade.
 
C.: Muito obrigado pela entrevista, a FDRP se orgulha de seus egressos e fica muito feliz em vê-los, assim como você, com grandes realizações profissionais.